Aeroporto de Porto Alegre retoma fluxo, mas área é vulnerável a cheias um ano após tragédia
A recuperação do Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre aproxima-se da normalidade, mas ainda enfrenta desafios em relação ao fluxo de passageiros e à prevenção de enchentes. Especialistas alertam para a vulnerabilidade das estruturas em caso de novas cheias, enquanto obras de proteção seguem com lentidão.
Um ano após a interdição do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, o fluxo de passageiros está se aproximando da retomada, embora ainda inferior ao período pré-enchente.
A pista foi invadida por água em 75%. A reconstrução está concluída, mas possíveis cheias futuras poderão afetar novamente o local.
O aeroporto ficou fechado por 171 dias, resultando na perda de cerca de 3,3 milhões de passageiros. Dados da Anac indicam que o número de voos e passageiros em 2025 está abaixo da média dos trimestres anteriores à pandemia.
A suspensão de cinco meses é um marco histórico na aviação brasileira, levando a uma queda de quase 80% no fluxo comercial.
Os terminais gaúchos e catarinenses emergenciais atenderam apenas 67% da demanda do Salgado Filho. O custo da reconstrução foi de aproximadamente R$ 560 milhões.
Em agosto de 2024, foram repassados R$ 424,7 milhões à concessionária para reconstrução e manutenção. A CEO da Fraport, Andreea Pal, afirmou que a operação do aeroporto não sofre restrições, mas ainda sente o impacto da pandemia.
Ela mencionou a lentidão do poder público para concluir as obras de prevenção a enchentes. "Temos um dique que deveria ter parado a água", afirma.
Fernando Fan, da UFRGS, alerta que novas inundações comprometeriam a área novamente. O governo do RS enfatiza que já investiu R$ 7,3 bilhões em reconstrução.
O Dmae informou que a efetivação de reforços na proteção contra cheias depende de tramitações administrativas. O dique da Fiergs está em elevação, enquanto o do Sarandi está paralisado por questões judiciais.
Mauricio Pontes, da ABAP, ressaltou a necessidade de vigilância constante frente a eventos climáticos extremos. A operação atual no Salgado Filho não apresenta reclamações.
Projetos para um novo aeroporto em Portão estão sendo reavivados, e a iniciativa privada foi apontada como determinante para a agilidade nas recuperações.