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Aeroporto de Porto Alegre retoma fluxo, mas área é vulnerável a cheias um ano após tragédia

Um ano após a reabertura do aeroporto, o fluxo de passageiros ainda é inferior ao pré-enchente. Especialistas alertam para a vulnerabilidade do terminal em caso de novas cheias.

Um ano após a interdição do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, o fluxo de passageiros está se aproximando da normalidade, mas ainda abaixo dos níveis pré-enchentes.

A construção do terminal, que sofreu danos severos com 75% da pista inundada, está finalizada. Contudo, o aeroporto ainda enfrenta riscos de enchentes similares às de 2024.

O aeroporto ficou fechado por 171 dias, resultando em uma perda de aproximadamente 3,3 milhões de passageiros no ano passado. Dados da Anac mostram queda no número de voos e passageiros nos primeiros meses de 2025 em comparação com anos anteriores, excluindo a pandemia.

A suspensão de um aeroporto internacional por cinco meses é inédita na aviação brasileira, levando a uma queda de quase 80% no fluxo de cargas.

Os terminais gaúchos e catarinenses alternativos atenderam parte da demanda, mas apenas 67% dos passageiros movimentados no mesmo período anterior foram atendidos.

Custos de reconstrução do aeroporto totalizaram cerca de R$ 560 milhões. Em agosto de 2024, R$ 424,7 milhões foram repassados à concessionária, com grande parte destinada à reconstrução.

Segundo Andreea Pal, diretora-presidente da Fraport no Brasil, a operação está normal, mas ainda há efeitos da pandemia, com previsão de recuperação até meados de 2023.

O governo do RS investiu mais de R$ 7,3 bilhões na reconstrução, mas obras de prevenção de enchentes são mais lentas em comparação com a recuperação do aeroporto. Procedimentos administrativos complicam intervenções no sistema de proteção contra cheias.

Enquanto isso, obras de diques críticos, como o da Fiergs, estão em andamento e previsão de conclusão em junho, mas o dique do Sarandi enfrenta paralisações judiciais.

Eduardo Teixeira Farah, da OAB/RS, menciona proposta de construir um novo aeroporto em Portão, onde a geografia não sofre com chuvas. Ele ressalta que a recuperação do Salgado Filho teria sido mais lenta se sob administração pública.

Fernando Mainardi Fan, do UFRGS, alerta que a vulnerabilidade ao alagamento persiste e requer melhorias estruturais, enquanto Mauricio Pontes destaca a necessidade de vigilância em eventos climáticos extremos.

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