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Agenda de Heleno mostra registros de espionagem e críticas a Bolsonaro

Anotações do general revelam operações secretas e críticas à gestão de Bolsonaro. Documentos apreendidos pela PF incluem monitoramento de cubanos e questões de popularidade do ex-presidente durante a pandemia.

General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, registrou em sua agenda pessoal informações sobre operações confidenciais do governo Jair Bolsonaro. As anotações foram apreendidas pela Polícia Federal e fazem parte das provas no processo sobre a tentativa de golpe de Estado no STF, onde Heleno é réu.

O material possui 200 páginas e documenta:

  • Monitoramento de estudantes cubanos na USP
  • Investigações do Coaf e críticas à gestão de Bolsonaro durante a pandemia

Em um registro de 9 de fevereiro de 2020, o general escreveu: “Abin – investigar o Coaf”, ligando ao caso do Flávio Bolsonaro e suas movimentações financeiras.

Sobre a pandemia, Heleno alertou: “[presidente] tem que tomar vacina” e comentou sobre um “rombo na popularidade” de Bolsonaro. Ele afirmou: “Desdenha do vírus. Não tem gestão.

Outra anotação de 25 de janeiro de 2022 menciona: “Abin levantando cubanos, infiltrados na USP.”

Heleno também comparou o ex-deputado Vicente Cândido com o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, investigado na Lava-Jato.

Em um trecho, afirmou que a Polícia Federal estava “preparando uma sacanagem grande”. Além disso, defendeu a subordinação da PF ao presidente: “Delegado não pode cumprir diligência... Ilegalidades estão sendo cometidas.”

Em 2021, a Abin se envolveu em um caso relacionado a Jair Renan, filho de Bolsonaro. Heleno justificou: “...apenas apuramos que o carro na realidade estava na posse de outra pessoa.”

Esse episódio foi incluído no inquérito da “Abin paralela”, conforme investigações da PF, na qual a Polícia Militar abordou um agente da Abin no estacionamento de um parceiro comercial de Jair Renan.

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