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Agricultura irrigada “é como jogar na Champions League” – e o Brasil está avançando

Jovem agrônomo da Fazenda São João implementa irrigação por gotejamento, resultando em aumento significativo na produtividade do café. A mudança, impulsionada pelas mudanças climáticas, está atraindo a atenção de outros produtores na região e gerando uma corrida por licenças e infraestrutura.

Igor Bachião é um jovem agrônomo de 24 anos e faz parte da quinta geração de cafeicultores em Nova Resende, Minas Gerais. Ele se prepara para assumir os negócios da família e implementa mudanças significativas na produção de café.

Na Fazenda São João, 100 dos 200 hectares passarão a ter irrigação por gotejamento, uma mudança que antes não era considerada viável na região.

As mudanças climáticas têm afetado a produção de café, com problemas como geadas e secas. Bachião experimentou a irrigação em uma área arrendada e, após instalá-la, a produtividade subiu de 12 para 30 sacas por hectare em um ano. Para a safra de 2025, espera alcançar 55 sacas por hectare.

O investimento médio para irrigar é de R$ 20.000 por hectare. Com o preço do café em alta, essa tecnologia se torna atrativa. Outros cafeicultores mineiros estão seguindo o exemplo, embora enfrentem desafios como licenciamento ambiental e disponibilidade de água.

Em 2024, o Brasil viu um aumento de 14% na área irrigada, totalizando 2,2 milhões de hectares. O país possui potencial para expandir essa área para 53,4 milhões de hectares. Atualmente, o Brasil conta com apenas 40 mil pivôs de irrigação em comparação com 70 mil no Nebraska, EUA.

A irrigação é considerada um passo crucial para a gestão agrícola, permitindo a produção ao longo do ano. Com essa tecnologia, a gestão se torna mais complexa. A Netafim, uma das maiores fornecedoras de sistemas de irrigação, viu sua filial no Brasil se tornar a segunda maior do mundo em vendas.

O Oeste da Bahia registrou um avanço significativo no uso da tecnologia, enquanto estados como São Paulo e Minas Gerais buscam facilitar o licenciamento para irrigação em resposta a estiagens persistentes.

Bachião enfrenta demora no licenciamento para expandir sua área irrigada, o que impacta o financiamento. A disponibilidade de água e energia elétrica é vital para a viabilidade dos projetos de irrigação.

A BrasilAgro, que irrigou 30 mil hectares, planeja expandir em mais 8 mil hectares, tendo enfrentado dificuldades com a energia elétrica inicialmente prometida, que só foi disponibilizada após vários anos.

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