Agro brasileiro aciona diplomacia para conter impacto de tarifas de Trump
Setor de carne bovina no Brasil enfrenta incertezas após anúncio de sobretaxa de 50% pelos EUA. Indústrias pausam produção destinada ao mercado americano em busca de alternativas diante da nova política comercial.
Produção de carne bovina no Brasil desacelera após anúncio de taxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, previsto para 01 de agosto.
Em entrevista, Roberto Perosa, presidente da Abiec, afirmou que indústrias brasileiras pausarão produção destinada aos EUA. O setor busca reescalonar e redirecionar cargas.
Nos EUA, há expectativa de aumento de preços, já que a carne brasileira complementava a demanda. A Abiec indicou que a carne brasileira era vendida a preços inferiores aos consumidores americanos.
O governo brasileiro tenta negociar prazos e percentuais menores, sem retaliar os EUA. Segundo Luís Rua, do Mapa, o Brasil não aceitará imposições unilaterais.
A Abag prevê impactos em toda a cadeia produtiva, incluindo setores como papel, celulose, suco de laranja e café. Marcos Matos, do Cecafé, ressaltou a importância do café brasileiro para os consumidores americanos.
A sobretaxa também afeta o suco de laranja, com 41,7% das exportações brasileiras destinadas aos EUA. A CitrusBR alertou que 72% do valor do produto ficará comprometido com tributos.
No setor de pescados, carregamentos se acumulam após o cancelamento de pedidos. Além disso, as exportações de carne bovina, previstas para dobrar em 2025, podem se inviabilizar.
Perosa destacou a necessidade de olhar para mercados alternativos, principalmente na Ásia e Oriente Médio, enquanto o governo busca mitigar os impactos junto ao agronegócio.