Agro deve ser um dos mais afetados por tarifas, e Brasil tem de negociar, diz Roberto Rodrigues
Professor Roberto Rodrigues alerta para os impactos econômicos e políticos da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros. Ele ressalta a urgência de negociações para minimizar os prejuízos ao agronegócio nacional.
Brasília - O professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, defende que o Brasil deve negociar com os Estados Unidos após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil.
Rodrigues considera que o tarifaço de Donald Trump tem uma vertente econômica e política. Ele afirma que:
- A vertente econômica traz prejuízos para o setor privado brasileiro.
- O argumento de Trump é frágil, já que existe déficit comercial dos EUA com o Brasil.
- A única ação é negociar e há um prazo para isso.
Na quarta-feira, 9, Trump anunciou a taxa de 50% a partir de 1º de agosto. Essa é a mais alta alíquota divulgada desde o início da semana.
Trump justifica a tarifa devido a “centenas de ordens de censura secretas” e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele caracteriza como “caça às bruxas”.
Sobre a vertente política, Rodrigues afirma que a mistura entre os temas econômico e político não é adequada e fortalece a posição do governo brasileiro.
Ele está estudando os impactos da tarifa sobre o agronegócio, que será um dos setores mais afetados, perdendo competitividade em alguns produtos no mercado americano.