Agro pesa, BB fica abaixo das projeções no 1º tri e coloca guidance em revisão
Aumento na inadimplência do agronegócio e custo de crédito elevam pressão sobre resultados do Banco do Brasil. Lucro líquido ajustado no primeiro trimestre de 2025 ficou abaixo das expectativas, levando revisão das projeções para o ano.
Pressão da inadimplência no agronegócio afeta desempenho do Banco do Brasil (BBAS3), que registrou lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no 1º trimestre de 2025.
Esse resultado representa uma queda de 20,7% em relação ao ano anterior e 23% comparado ao trimestre anterior, ficando 18,6% abaixo da expectativa de analistas.
O custo de crédito aumentou 18,9% em 12 meses, totalizando R$ 10,15 bilhões, pressionado pela inadimplência na carteira de crédito agrícola, que agora é de 3,04%.
O Banco do Brasil destacou que, embora haja uma colheita recorde prevista, existe um estoque de operações problemáticas relacionadas à safra anterior, o que requer maior provisionamento devido a recuperações judiciais.
A nova regulação (CMN 4.966), em vigor desde 2025, almeja alinhar práticas contábeis às normas internacionais. A margem financeira bruta também sofreu, caindo 7,2% para R$ 23,88 bilhões.
Devido aos resultados insatisfatórios, o Banco do Brasil revisará suas principais métricas, incluindo lucro líquido, margem financeira bruta e custo de crédito.
As previsões de lucro vão de R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões para 2025, e a margem financeira bruta está entre R$ 111 bilhões e R$ 115 bilhões.
As ações do Banco do Brasil acumulam alta de 23% no ano, com a maioria dos analistas recomendando a compra.