AgroGalaxy: Justiça homologa plano de recuperação judicial após 8 meses de negociação
Justiça aprova recuperação judicial da AgroGalaxy após meses de negociações e dívidas que somam R$ 4,6 bilhões. A decisão permite à empresa focar na reestruturação, embora tenha rejeitado cláusulas que protegiam terceiros garantidores.
A Justiça de Goiás homologou o plano de Recuperação Judicial da AgroGalaxy, reconhecendo sua viabilidade para superar uma crise financeira que acumula dívidas de R$ 4,6 bilhões.
A juíza Alessandra Gontijo do Amaral concedeu a recuperação ao grupo de 13 empresas, mas rejeitou cláusulas que tentavam proteger terceiros garantidores. A decisão encerra oito meses de negociações, sendo que a AgroGalaxy pediu recuperação em setembro de 2024.
A empresa, que já foi uma grande rede de revenda de insumos agrícolas, enfrentou dificuldades que a levaram a fechar metade de suas lojas e demitir 40% dos funcionários, operando atualmente com 65 lojas e 14 silos.
A juíza citou que a recuperação judicial visa a superação da crise econômico-financeira e a manutenção do emprego e dos interesses dos credores. A proposta foi aprovada por 82,4% dos credores em abril e é a quarta versão apresentada após longas negociações.
Apesar da homologação, a Justiça declarou seis cláusulas ilegais que buscavam estender benefícios da recuperação a terceiros. A magistrada enfatizou que a inclusão de cláusulas para liberar terceiros garantidores é incompatível com a legislação.
Entre os credores que questionaram o plano estão Cemig, Louis Dreyfus Company e Banco Bocom BBM. A decisão também cria categorias de credores com condições de pagamento distintas, com pagamento integral para “credores colaboradores” e opções para credores quirografários comuns.
O plano prevê a venda de uma carteira de recebíveis de R$ 760 milhões e a possibilidade de vender outros ativos, com supervisão judicial. A AgroGalaxy tem dois anos para cumprir as obrigações do plano; o descumprimento pode resultar em falência.
A crise da AgroGalaxy reflete dificuldades do setor de revenda de insumos, com prejuízo de R$ 2,48 bilhões em 2024. Para enfrentar isso, adotou medidas como antecipação de recebimentos e redução de estoques.
A empresa divulgará os resultados do primeiro semestre de 2025 em 29 de maio.