Alckmin diz que Brasil vai enviar nova carta aos EUA para negociar tarifaço de Trump: ‘Continuamos empenhados em resolver’
Governo brasileiro reitera cobrança ao EUA sobre tarifas e busca soluções para proteger a indústria nacional. Alckmin sugere possibilidade de adiamento das medidas norte-americanas para facilitar negociações.
Vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou envio de nova carta ao governo dos EUA, cobrando resposta sobre o acordo comercial.
O contato original foi feito há dois meses, antes da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto.
"Vamos encaminhar uma carta dizendo ‘aguardamos a resposta’", afirmou Alckmin após reunião do comitê do Palácio do Planalto para enfrentar a crise comercial.
O primeiro contato buscou um entendimento bilateral antes da oficialização do tarifaço anunciado por Donald Trump. Alckmin confirmou que não houve retorno até agora.
Durante a reunião, representantes da indústria defenderam um adiamento de 90 dias da medida, permitindo tempo para negociações diplomáticas.
Alckmin não descartou essa sugestão: "Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido", afirmou, destacando a importância de proteger a economia e empregos.
O vice-presidente indicou que o Brasil "sempre teve diálogo" com os Estados Unidos, mas até agora não houve resposta à proposta anterior. Ele espera que a nova correspondência reabra os canais de negociação.
A tarifa foi anunciada como retaliação a práticas comerciais desleais do Brasil e ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida é criticada por empresários, parlamentares e lideranças políticas, que temem impactos negativos nas exportações nacionais.
O governo brasileiro busca acelerar negociações para evitar a crise comercial e assegurar previsibilidade no setor produtivo. O comitê de negociação se reunirá com representantes da agricultura, aviação, siderurgia e outros setores afetados.