HOME FEEDBACK

Alcolumbre pediu a Motta que votasse IOF para pressionar Lula a demitir Silveira; leia bastidor

Divisão entre senadores e o Ministério de Minas e Energia gera embates políticos, culminando na derrubada do IOF. O governo Lula enfrenta dificuldades em meio a descontentamento parlamentar e a pressão por mudanças tributárias.

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou votação para derrubar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), influenciado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devido à insatisfação com o ministro Alexandre Silveira do Ministério de Minas e Energia.

Alcolumbre pressionou Motta para que o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) fosse votado antes do prazo combinado com o governo Lula. Em troca, Alcolumbre se comprometeu a votar para aumentar o número de deputados de 513 para 531.

A votação, ocorrida em uma semana de “recesso branco” por festas juninas, pegou de surpresa tanto a base do governo quanto a oposição, resultando em uma derrota significativa para o governo.

A tensão entre Alcolumbre e Silveira vem desde o ano passado, com Alcolumbre sentindo-se traído por Silveira no ministério. O descontentamento se intensificou após a votação recente dos vetos de Lula na área de energia, que aumentaram as contas de luz em 3,5%.

Alcolumbre acredita que a posição de Silveira no ministério contribuiu para a percepção negativa da sociedade em relação ao Congresso. Apesar das preocupações, a votação do IOF foi antecipada, mesmo com líderes do PT prevendo que ocorresse após a apresentação de cortes nos gastos tributários.

Silveira, que está em posição delicada, pode ter sua saída discutida nas conversas entre Lula e Alcolumbre. Durante a aprovação da derrubada do IOF na Câmara, Alcolumbre gerenciava a votação do aumento no número de deputados no Senado.

O placar apertado para o aumento dos deputados indica que o assunto é controverso. O descontentamento de Alcolumbre também reflete a insatisfação geral no Congresso, impulsionada por mudanças na alocação de emendas parlamentares e críticas do ministro do STF, Flávio Dino, sobre o controle desses repasses.

O cenário adverso para Lula também foi afetado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontando o Congresso como defendendo interesses de lobbies empresariais.

Leia mais em estadao