Além de derrubar diretora, Trump mira em bancos regionais para aumentar influência no Fed

Governo Trump avalia maneiras de aumentar sua influência sobre os 12 bancos regionais do Federal Reserve (Fed). A decisão de destituir a diretora Lisa Cook possibilita a Trump garantir a maioria no Conselho de Governadores.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) é responsável pelas taxas de juros e inclui cinco presidentes de bancos regionais que não são indicados pela Casa Branca. A análise do processo de seleção desses presidentes representa um movimento significativo na tentativa de influenciar a política monetária.

A renovação dos mandatos dos presidentes regionais está prevista para fevereiro. Cook planeja contestar sua demissão após alegações de fraude hipotecária.

Preocupações entre presidentes regionais aumentaram após o anúncio de Trump, levando-os a discutir suas posições. Derek Tang, economista, afirma que o governo está buscando alavancas para mudar o Fed, usando o voto de recondução como ferramenta. O objetivo não é tornar o Fed mais dovish, mas examinar rigorosamente a escolha dos presidentes regionais.

A ex-vice-presidente do Fed Lael Brainard criticou possíveis mudanças no Fomc, alertando para riscos inflacionários. Desde sua volta à Casa Branca, Trump tem pressionado por taxas de juros mais baixas, mas o Fed tem ignorado essas demandas.

A substituição de Jerome Powell como presidente do Fed está em pauta, com candidatos considerados para os cargos regionais. O processo de escolha de presidentes é principalmente reservado, apesar de tentativas de maior transparência. Governadores do Fed têm salários de US$ 225.700, enquanto presidentes regionais podem ganhar até US$ 551.000.

Conselheiros de Trump criticam o Fed por sua supervisão falha antes da crise de 2008 e por sua resposta tardia à inflação.