Alemanha suspende exportação de armas para Israel em resposta à escalada em Gaza
Alemanha suspende aprovações de exportações de armas para Israel em resposta à intensificação das operações militares na Faixa de Gaza. A decisão marca uma nova postura de Berlim frente às ações israelenses, sob crescente pressão internacional.
Chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou a suspensão da aprovação de exportações de equipamentos militares para Israel, visando a Faixa de Gaza.
A decisão ocorre em resposta ao plano militar de Israel para expandir operações no território palestino. Merz reconhece o direito de Israel de desarmar o Hamas, mas destaca que a intensificação da ação militar dificulta esses objetivos.
A Alemanha se torna o primeiro país a adotar uma medida contra Israel após o anúncio de ocupação na Cidade de Gaza, enquanto a comunidade internacional se limita a condenações. “Nestas circunstâncias, o governo alemão não aprovará nenhuma exportação de equipamentos militares que possa ser utilizada na Faixa de Gaza até novo aviso”, declarou Merz.
Essa mudança reflete um distanciamento da Alemanha em relação a Israel, que até então evitava críticas públicas. O ministro das Relações Exteriores havia defendido anteriormente o apoio contínuo a Israel.
Israel, ao lado dos EUA, é um dos maiores importadores de armas, utilizando-as em Gaza. Os EUA aprovaram pacotes significativos de armamentos, enquanto a Corte Internacional de Justiça (CIJ) não é reconhecida por Washington.
Segundo Tatiana Squeff, professora de Direito Internacional, o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA) proíbe a exportação de armas se houver conhecimento de seu uso em crimes contra civis.
Após o anúncio israelense, a reação internacional foi enérgica:
- Reino Unido: Primeiro-ministro Keir Starmer pediu reconsideração da decisão, ressaltando que ela não contribuirá para a paz.
- ONU: Volker Türk, alto comissário para Direitos Humanos, criticou o plano de Israel como uma violação das normas internacionais.
- China: Expressou “grave preocupação” e pediu um cessar-fogo imediato.
- Turquia: Chamou a comunidade internacional a impedir a ocupação, classificando-a de “duro golpe” para a paz.
- Austrália e Espanha: Ambas condenaram a decisão de Israel; a Escócia também expressou preocupação sobre o impacto humanitário.