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Alesp amplia gasto, ocupa 80% dos cargos com indicados políticos e tem até gabinete de ex-dirigente

A Alesp registra um aumento significativo nos gastos públicos e na contratação de cargos comissionados, revelando um cenário de privilégios e ineficiência. Apesar dos questionamentos sobre a gestão financeira, a Assembleia não se manifestou sobre os excessos apontados.

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) completou 190 anos em meio a um aumento significativo nos gastos com verbas de gabinete e a contratação de indicados políticos, que ocupam cerca de 80% dos cargos.

Os problemas vão além da folha de pagamento, incluindo excessos e privilégios. Por exemplo, foram adquiridas 200 réplicas da escultura "Monumento às Bandeiras" por quase R$ 150 mil para presentear autoridades, sem licitação.

O orçamento da Alesp para este ano é de R$ 1,45 bilhão, superior ao de alguns municípios, como Araçatuba, que possui R$ 1,12 bilhão para suas demandas essenciais.

Dados mostram que a 1ª Secretaria abriga 70 funcionários, e até a 4ª Vice-Presidência conta com oito servidores. Ex-integrantes da Mesa Diretora mantêm cabinetes e funcionários por até dois anos após deixarem seus cargos, acumulando estruturas adicionais.

O ex-presidente Carlão Pignatari possui 13 funcionários em seu gabinete de ex-dirigente, além de 28 no gabinete atual. No total, gastos com esses cargos não prioritários chegaram a R$ 410 mil em fevereiro de 2019.

Adicionalmente, o café servido na Alesp teve compras suspeitas, como 400 pacotes de café gourmet por R$ 16,1 mil feito por dispensa de licitação.

Uma análise mostra que 77,2% dos cargos na Alesp são comissionados, o que gerou questionamentos judiciais. Enquanto a Câmara Municipal de São Paulo tem apenas 55,96% de comissionados, a Alesp supera essa taxa em mais de 20 pontos percentuais.

Um projeto de Janaina Paschoal para extinguir cargos desnecessários na Mesa não obteve apoio e foi arquivado. Apesar de críticas, a Alesp justifica a alta quantidade de comissionados por sua necessidade de assessoria.

Os gastos com verbas de gabinete em 2024 chegaram a R$ 33,68 milhões, valor similar ao de 2023. Os principais gastos foram com aluguel de imóveis (R$ 10,7 milhões), materiais gráficos (R$ 9,2 milhões) e locação de veículos (R$ 8,9 milhões).

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