Algodão do Brasil sofre com impacto de tarifas dos EUA ao setor têxtil de importadores
Exportadores brasileiros de algodão temem que tarifas dos EUA a países asiáticos possam diminuir a demanda pela pluma nacional. O presidente da Anea ressalta a importância das importações têxteis para a manutenção dos negócios no setor.
Exportadores de algodão do Brasil, líderes globais na exportação, enfrentam desafios devido às tarifas dos Estados Unidos contra países asiáticos, que podem impactar a indústria têxtil e, consequentemente, as importações do Brasil.
Segundo Miguel Faus, presidente da Anea, o Brasil diversificou suas exportações, aumentando vendas para Vietnã, Bangladesh, Paquistão e China, que foi o maior comprador no ano passado.
No entanto, estas nações dependem das exportações têxteis para os EUA. "Nosso cliente precisa exportar", destacou Faus. As tarifas aumentaram para a China (104%), Vietnã (46%), Bangladesh (37%) e Paquistão (29%).
Faus deseja que haja negociação entre os países asiáticos e os EUA para evitar cancelamentos de contratos. "Se não se resolver, podemos ter desdobramentos severos na cadeia produtiva".
A atual guerra comercial é diferente da do primeiro governo Trump, focada somente na China. O Brasil conquistou mercado nas vendas para a China, que já estava reduzindo suas compras dos EUA.
A China deve importar 3,2 milhões de toneladas de algodão em 2023/24 e apenas 1,4 milhão em 2024/25, com o Brasil respondendo por 35% dessa demanda, mesmo com compras menores dos EUA.
Do total de exportações brasileiras, a China respondeu por 20% neste ciclo atual, indicando boa diversificação do Brasil em vários mercados.