HOME FEEDBACK

Algoritmo da polícia classificou Lina como 'risco médio' para feminicídio. Depois, ela foi morta

A morte de Lina gera questionamentos sobre a eficácia do sistema VioGén na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica na Espanha. Especialistas alertam para os riscos de decisões judiciais influenciadas por avaliações de risco imprecisas.

Em janeiro, Lina denunciou seu ex-companheiro à polícia em Benalmádena, Espanha, após ser ameaçada e temer por sua vida.

Seu caso foi registrado no VioGén, um sistema que avalia o risco de violência com base em 35 perguntas. Lina foi classificada como risco médio, o que resultou em um acompanhamento policial em até 30 dias. No entanto, ela foi assassinada três semanas depois.

O ex-companheiro invadiu sua casa e a matou, enquanto os filhos e sua mãe conseguiram escapar. O corpo de Lina foi encontrado carbonizado no apartamento.

A morte dela levanta questões sobre a eficácia do VioGén, que não previu corretamente o risco. Se classificada como risco alto, Lina teria recebido acompanhamento em uma semana, potencialmente alterando o desfecho.

A inspetora-chefe Isabel Espejo, responsável pelo policiamento, elogia o VioGén, mas admite falhas no sistema. E isso levanta a dúvida: a avaliação influenciou a decisão judicial que negou proteção?

Judiciária afirmou que para conceder medidas protetivas seria necessário comprovar perigo, e o VioGén é apenas um dos elementos analisados.

Adicionalmente, críticos apontam que há uma “loteria geográfica” nas decisões judiciais sobre proteção, e a falta de dados claros dificulta auditorias sobre a ferramenta.

A fundadora da Eticas, Gemma Galdon, pede melhor análise e ajustes nas classificações de risco, enquanto o Ministério do Interior se opõe a auditorias externas.

A casa de Lina se tornou um memorial. A comunidade se mobiliza para apoiar seus filhos, enquanto a família vive um profundo luto por sua perda.

Leia mais em bbc