Aliados veem Bolsonaro com medo de prisão e eventual apoio a Tarcísio por anistia

BRASÍLIA – Integrantes do PL e aliados de Jair Bolsonaro interpretam suas últimas atitudes como demonstrações de medo do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é acusado de participar de uma organização criminosa. Esse receio pode levar à escolha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato à Presidência em 2026, potencialmente buscando anistia para os acusados dos eventos de 8 de janeiro de 2023.

A Primeira Turma do STF aceitou uma denúncia da Procuradoria-Geral da República, tornando Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, juntamente com outras sete pessoas. Apesar de insistir em sua candidatura, aliados acreditam que é dificilmente que ele seja inocentado.

Bolsonaro já está inelegível devido a uma condenação por abuso de poder político nas eleições de 2022. Nos bastidores, há tentativas de convencê-lo a indicar um substituto para 2026, mas isso não ocorreu até agora.

Em uma recente entrevista, Bolsonaro afirmou que não passaria o bastão para ninguém. Contudo, Tarcísio precisaria deixar o governo até abril por motivos legais, o que complicaria sua candidatura.

Aliados do PL acreditam que Bolsonaro pode mudar sua estratégia se a articulação pela anistia não evoluir, considerando Tarcísio um forte candidato para concorrer contra o presidente Lula, cuja popularidade caiu.

A manifestação em Copacabana e a insistência de Bolsonaro por um pedido de anistia foram vistos como erros por alguns membros do PL, que acreditam que não há apoio popular suficiente para essa agenda.

Outro ponto polêmico foi a saída de Eduardo Bolsonaro do Brasil, que alegou perseguição do STF e anunciou que não retornaria. Essa decisão surpreendeu aliados e complicou ainda mais o panorama eleitoral para 2026.