Aliados veem desgaste momentâneo à imagem de Bolsonaro com tarifaço
Parlamentares do PL reagem ao tarifaço de Trump, apontando que a crise afeta a imagem de Bolsonaro. Estratégia é atribuir a responsabilidade ao governo Lula, buscando descolar o ex-presidente do episódio.
Parlamentares aliados a Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump a produtos brasileiros causa desgaste à imagem do ex-presidente, mas é considerado um cenário “momentâneo”.
A taxação começa em 1º de agosto e foi justificada por Trump na carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devido ao tratamento que Bolsonaro recebe do Poder Judiciário. Trump mencionou a suposta "caça às bruxas" enfrentada por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Deputados e senadores afirmam que a citação de Bolsonaro na carta liga o ex-presidente ao episódio. Além disso, rumores indicam que medidas foram articuladas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA desde março.
Para descolar sua imagem, Bolsonaro ligou para aliados negando que pretendia acionar a Casa Branca. Eduardo também mudou seu discurso, afirmando que não há como cancelar as tarifas e que pressionar o pai não resolverá o problema.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), acredita que as tarifas podem impulsionar o discurso de "nós contra eles" de Lula, mas que isso apenas ressoa na militância de esquerda. Ele critica Lula por politizar a questão, sugerindo que deveria buscar uma oportunidade de negociação com os EUA.
Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, destaca que Lula não busca aproximação com Washington, o que pode trazer prejuízos ao Brasil. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, reconhece que o tarifaço é prejudicial à economia paulista e pede uma negociação sem revanchismo.