Alta nas vendas de automóveis na China mascara indústria em crise

Indústria automobilística chinesa enfrenta desafios em 2025.

Apesar de crescimento nas vendas (15,65 milhões de veículos, aumento de 10%) e na produção (15,62 milhões), o lucro total das montadoras caiu 12%, totalizando 178 bilhões de yuans (US$ 24,8 bilhões) de janeiro a maio.

Consequência de uma guerra de preços e a chamada “involução”, o setor sofre. As 15 maiores montadoras tiveram redução de participação de mercado em 1,4 ponto percentual, representando 92,2% das vendas.

O governo chinês iniciou esforços de consolidação, visando eliminar o excesso de capacidade e marcas de baixo desempenho. O foco é um mecanismo de saída suave para participantes fracos, mas ainda há um longo caminho pela frente.

> A crise atual decorre de anos de expansão descontrolada e políticas de incentivo a veículos de nova energia (NEVs), resultando em um estoque excessivo de 3,45 milhões de automóveis em maio de 2025.

A competição acirrada, impulsionada pela redução de preços de montadoras, teve início quando a Tesla cortou seus preços em janeiro de 2023. A média de cortes alcançou 21.000 yuans no 1º semestre de 2025.

A montadora BYD se destacou, liderando vendas, mas outras enfrentam prejuízos significativos. Quase 73% das concessionárias não atingiram suas metas de vendas e muitas estão em dificuldades financeiras.

A resposta do governo inclui:

• Aprimoramento das regulamentações para pagamentos a fornecedores.
• Revisão da Lei Anticoncorrência Desleal para impedir abusos de grandes empresas.
• Promoção da consolidação para eliminar empresas não competitivas.

Embora fusões sejam desafiadoras, algumas montadoras estão se integrando, como a Geely, visando otimizar custos. Para superar a involução de preços, as empresas precisam aumentar o investimento em P&D para oferecer produtos diferenciados.

Essa reportagem foi publicada em inglês pela Caixin Global e republicada pelo Poder360.