Ameaça a aliados de Moraes e críticas a 'poder ditatorial': a escalada de tensão entre governo Trump e Brasil

Tensão diplomática entre Brasil e EUA desde a quinta-feira (7/8).

O atrito começou com uma advertência da Embaixada dos EUA ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, descrevendo-o como "principal arquiteto da censura" e acusando-o de violações de direitos humanos. O documento alertou que "o governo americano monitora a situação de perto".

Em resposta, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para uma reunião. A Embaixada confirmou o encontro, mas não divulgou detalhes.

A crise se aprofundou com publicações de Christopher Landau, vice-secretário do Departamento de Estado, acusando Moraes de exercer "poder ditatorial". Ele afirmou que Washington deseja "restaurar a amizade" com o Brasil.

O Palácio do Planalto chamou as declarações de "ataque frontal à soberania", rechaçando as "ingerências" dos EUA. Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, classificou a publicação de Landau como "gravíssima ofensa".

Este episódio é um dos momentos mais tensos nas relações Brasil-EUA desde o retorno de Trump à presidência, com trocas públicas de acusações e medidas diplomáticas raras.

Carta de Trump a Lula em 9 de julho destacou-se por tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros. Trump justificou com críticas ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula reagiu, afirmando que "não pode admitir" a "ingerência de um país na soberania de outro" e condenando a intromissão no Judiciário do Brasil.

Recentemente, Trump anunciou investigação sobre práticas comerciais do Brasil, focando em serviços de pagamento eletrônico, implicando que o governo favorece serviços próprios.