Ameaça de guerra triplica expansão da indústria bélica na Europa
A expansão acelerada da indústria bélica na Europa é impulsionada pela necessidade de reabastecer estoques e adaptar-se a um cenário de conflito prolongado. Com o apoio financeiro da União Europeia, as novas instalações estão multiplicando a capacidade de produção de armamentos no continente.
A indústria bélica na Europa está se expandindo a uma velocidade três vezes maior que o habitual, com mais de 7 milhões de metros quadrados de novas fábricas, conforme dados do “Financial Times” divulgados em 12 de setembro.
A aceleração do setor foi impulsionada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, e ocorre enquanto armas são enviadas ao governo ucraniano sob mediada pela Otan.
Os governos europeus estão reconstituindo seus estoques devido ao desalinhamento com as políticas dos EUA durante o governo Trump. A mudança na indústria bélica reflete uma transição de demanda pontual para a construção de uma base que suporte situações de guerra prolongada.
Entre 2020 e 2021, a área em expansão subiu de 790 mil para 2,8 milhões de metros quadrados entre 2024 e 2025. Um projeto notável é o da Rheinmetall com a empresa estatal N7 Holding, que construiu uma instalação em Várpalota, Hungria.
- Foram examinados 88 locais ligados ao programa da UE, “Act in Support of Ammunition Production” (ASAP).
- Pelo menos 20 instalações mostraram expansões visíveis.
- 14 tiveram ampliações mais discretas.
Empresas financiadas pelo ASAP se expandem mais rapidamente do que aquelas que não recebem verbas. No entanto, a produção real da indústria bélica está abaixo da capacidade total.
O impacto do ASAP é difícil de medir, pois muitas empresas já planejavam expansão antes de 2023. A UE está negociando um novo programa de defesa que replicará o ASAP, com valor estimado em 1,5 bilhões de euros.
A questão da capacidade de ataques de longo alcance é crítica tanto para a UE quanto para a Otan, especialmente devido ao avanço das tropas russas.