Ameaça de tarifa de Trump preocupa produtores de champanhe na França
Produtores de champanhe enfrentam grave ameaça com tarifas de 200% anunciadas por Trump, o que pode devastar a indústria da região. Especialistas alertam que o impacto econômico pode se espalhar desde os vinhedos até os importadores americanos.
Produtores de champanhe franceses geram quase US$ 1 bilhão anualmente com os EUA.
No entanto, na sexta-feira (14), a ameaça de uma tarifa de 200% imposta por Donald Trump abalou a indústria, após a UE retaliar tarifas sobre aço e alumínio norte-americanos.
Em Épernay, capital do champanhe, a situação gerou preocupação entre produtores e trabalhadores. Calvin Boucher, da Michel Gonet, alertou que um champanhe de US$ 125 pode >triplicar de preço.
Os EUA são o maior mercado da região de Champagne, com 27 milhões de garrafas enviadas em 2023, avaliadas em aproximadamente 810 milhões de euros (R$ 5,09 bilhões).
A região possui mais de 4.000 vinicultores e 360 casas de champanhe, produzindo 300 milhões de garrafas anualmente. No entanto, a guerra comercial trouxe incertezas.
Nathalie Doucet, da Besserat de Bellefon, expressou sua ansiedade: "Não é uma boa notícia". A região já enfrentava dificuldades, como colheitas ruins e mudanças nas preferências dos consumidores.
Bairros locais também se preocupam. Cyril Depart, da loja de vinhos Salvatori, considerou a situação uma punição deliberada. Michael Reiss, de uma distribuidora americana, alertou sobre os impactos negativos nas pequenas empresas.
Os impactos da tarifa se estenderão a importadores e distribuidores, aumentando custos e diminuindo a oferta. "Uma tarifa de 200% eliminaria a possibilidade de as pessoas comprarem champanhe", disse.
Além disso, demissões em vinícolas e redução de mão de obra podem ocorrer, ampliando o dano econômico. O ministro francês, Eric Lombard, chamou a guerra comercial de "idiota" e planeja diálogo com os EUA.
Enquanto isso, as casas de champanhe aguardam como a situação se desenrolará, potencialmente contando com a influência de Bernard Arnault, proprietário da LVMH.
No entanto, a incerteza permanece, o que é prejudicial para os negócios.