Ameaçada por tarifa de Trump, carne brasileira ganha mercado na Argentina
Argentina intensifica importações de carne bovina, especialmente do Brasil, devido a políticas do governo e a alta dos preços locais. A medida visa estabilizar a economia e atender à demanda cultural por carne, mesmo com a imposição de tarifas americanas sobre produtos brasileiros.
Argentina está aumentando as importações de carne bovina, com destaque para o Brasil, que enfrenta tarifas de 50% impostas pelo presidente americano Donald Trump.
Aumento nas importações é impulsionado pelas políticas do presidente Javier Milei, que facilita compras externas devido a preços elevados no mercado local.
No primeiro semestre, as importações mensais de carne do Brasil somaram 1.033 toneladas, um crescimento significativo em relação às 24 toneladas de 2023. Este é o maior volume sazonal desde 1997.
Os argentinos consomem cerca de 50 quilos de carne vermelha por ano, embora esse número esteja em declínio. O preço da carne na Grande Buenos Aires subiu 53% em junho, superando a inflação geral de 39%.
Apesar do aumento das importações ser pequeno comparado à produção local, reflete a estratégia de Milei de fortalecer o peso e abrir a economia. Isso visa conter a inflação e equilibrar a balança comercial, especialmente com o Fundo Monetário Internacional.
Atualmente, o peso está em torno de 1.360 por dólar, considerado forte. A maior parte das exportações argentinas vai para a China, mas as tarifas americanas podem alterar esse cenário.
Analistas apontam que excedentes brasileiros não vendidos nos EUA podem ser direcionados à China, resultando em preços mais baixos para negociações futuras.