Ameaçada por Trump e recessão, Alemanha anuncia novo governo
Novo governo alemão busca enfrentar desafios econômicos e geopolíticos em meio a críticas e ceticismo. Friedrich Merz deve priorizar modernização e investimentos significativos, mas enfrenta dificuldades com a crescente popularidade da extrema direita.
A Alemanha tem um novo governo.
Conservadores da aliança CDU/CSU e sociais-democratas do SPD confirmaram um acordo de coalizão 45 dias após as eleições parlamentares.
Friedrich Merz, 69 anos, deve ser eleito primeiro-ministro em 7 de maio.
Problemas como imigração e previdência foram resolvidos rapidamente devido à guerra comercial com Donald Trump que impôs tarifas de 20% sobre produtos da UE e 25% sobre aço, alumínio e carros.
Merz, antes pró-EUA, criticou a administração Trump como não confiável. Ele aprovou um pacote de estímulo recorde para a Alemanha, visando reduzir a dependência dos EUA e enfrentar o novo cenário geopolítico europeu.
A manobra prevê gastos de € 500 bilhões (R$ 3,28 trilhões) em infraestrutura nos próximos dez anos.
No cenário interno, o pacote enfrenta ceticismo entre políticos e agentes financeiros, marcando o fim da austeridade de Angela Merkel.
Recentemente, a AfD, partido de extrema direita, superou a CDU em pesquisas, alcançando 25% das preferências, enquanto a CDU de Merz tem 24%.
Reverter essa tendência será desafiador, especialmente com a perspectiva de crescimento da economia alemã em apenas 0,1% para este ano, frente a uma previsão anterior de 0,8%.
A divisão de ministérios reflete as promessas de campanha de Merz, com a CDU assumindo Economia, Relações Exteriores, Transporte e Digitalização, enquanto o SPD ficará com Defesa, Finanças e Meio Ambiente.