HOME FEEDBACK

Ameaças de Trump têm impacto bastante limitado sobre Brics, diz secretária da Fazenda

A secretária Tatiana Rosito destaca que o Brics busca fortalecer o multilateralismo em meio a tensões globais. O grupo deve priorizar reformas nas instituições financeiras e inovações para financiamento climático na cúpula que ocorre no Brasil.

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, têm impacto limitado nas atividades do Brics durante a presidência brasileira.

Em entrevista à Folha, Rosito destacou o aumento do diálogo e a busca por convergências em meio ao ataque ao multilateralismo. A cúpula do Brics está marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

Os membros do Brics incluem, além do Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Arábia Saudita é convidada e ainda não oficializou seu ingresso.

Rosito destacou a importância do Brics em defender o multilateralismo e as relações comerciais entre os países membros, mesmo com a diversidade de interesses.

A agenda do Brics inclui:

  • Facilitação do comércio através de inovações em pagamentos;
  • Engajamento em instituições financeiras tradicionais;
  • Sistemas de financiamento para combate às mudanças climáticas; e
  • Reformas nas instituições financeiras para mais representatividade dos países em desenvolvimento.

Rosito mencionou a discussão em torno de um mecanismo de garantias para projetos de investimento que podem reduzir custos de capital e atrair mais investidores.

A expansão do Brics pode fortalecer a agenda da reforma do sistema financeiro internacional, apesar da complexidade aumentada.

Sobre a questão do financiamento climático, Rosito afirmou que o grupo busca alavancar recursos privados e aumentar o capital dos bancos para possibilitar novos investimentos.

Uma presidência bem-sucedida seria marcada pela entrega de um comunicado com elementos cruciais para os países em desenvolvimento, reformando as instituições financeiras e promovendo a transição climática.

Rosito, embaixadora e economista, é responsável pela coordenação das negociações econômicas do Brics e possui vasta experiência em instituições internacionais.

Leia mais em folha