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América Latina teme represálias comerciais dos EUA após fortalecer relação com a China

Colômbia se prepara para possível retaliação dos EUA ao aderir à Cinturão e Rota durante visita à China. Situação expõe o desafio da América Latina em equilibrar relações comerciais com Washington e Pequim.

A Colômbia pode enfrentar represálias comerciais dos EUA após o anúncio do presidente Gustavo Petro de adesão à iniciativa de infraestrutura Cinturão e Rota (BRI) em uma visita à China. Este dilema reflete o desejo da Celac em diversificar comércio e investimentos, evitando a ira de Donald Trump.

O fórum ministerial da Celac ocorrerá em 13 de maio na China, com discurso de abertura do presidente Xi Jinping. Petro, que preside a Celac, aproxima-se de Pequim, o que representa uma vitória significativa para a China em um momento onde os EUA expressam preocupações.

Mauricio Claver-Carone, do Departamento de Estado dos EUA, indicou que a aproximação de Petro com a China ameaça exportações colombianas essenciais, como o café. Empresários locais consideram suas declarações como ameaças disfarçadas.

Cui Shoujun, da Universidade Renmin de Pequim, destaca a importância da reunião para promover a cooperação regional com a China, mesmo com as tensões comerciais com os EUA. O comércio bilateral pode ultrapassar US$ 500 bilhões neste ano.

A China busca contrabalançar as tarifas de Trump e evitar que Washington convença países latino-americanos a assinarem acordos que prejudicam seu comércio. O Panamá já cedeu à pressão dos EUA e se retirou da BRI.

Apesar das pressões, muitos países latino-americanos buscam diversificação e não desejam um alinhamento político claro com Pequim. O Brasil e o Chile também participarão da reunião, buscando engajar-se com potências do "sul global".

O México, que depende dos EUA para 80% de suas exportações, enfrenta pressões sobre as importações e investimentos chineses. O governo mexicano já impôs tarifas sobre produtos chineses e tenta reduzir a dependência de insumos do país.

O especialista Wen-Ti Sung destaca que estreitar laços com a América Latina fortalece a posição da China nas negociações com os EUA, principalmente em questões sensíveis como Taiwan e o Mar do Sul da China.

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