Amil retoma crescimento e acirra disputa entre operadoras; como afeta empresas da B3?
A Amil adota estratégia agressiva para recuperar clientes e lucros, enquanto a competição no setor de saúde suplementar se intensifica. Medidas como descontos de até 40% e comissões maiores a corretores têm atraído novos beneficiários, mas desafios permanecem para a sustentabilidade a longo prazo.
Amil em Foco: A operadora de saúde se destacó após a aquisição por José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp.
Segundo o Bank of America (BofA), a estratégia agressiva desde dezembro de 2024 gerou tensões no mercado, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, onde a Amil tem 82% de sua base de clientes.
O total de clientes em planos de saúde no Brasil é de 52,2 milhões, com um aumento de apenas 2% em relação ao ano anterior, segundo a ANS. Concorrência intensa entre operadoras se intensifica.
Após perder 169 mil vidas em 2024, a Amil recuperou-se, conquistando 101 mil novos clientes em janeiro e fevereiro. No mesmo período, o setor perdeu 11 mil vidas.
A Amil manteve a terceira colocação no ranking nacional, evitando a perda para a SulAmérica, que ganhou 53 mil vidas nos dois primeiros meses de 2025.
A nova gestão de Júnior focou na recuperação financeira da Amil, reduzindo reservas técnicas e promovendo reajustes relevantes nos planos de saúde, resultando em um lucro líquido de R$ 620 milhões em 2024, após prejuízos anteriores.
O foco atual é escala. A Amil oferece descontos de até 40% e comissões até três vezes maiores para corretores. Desde dezembro, adicionou 198 mil beneficiários.
A empresa também firmou uma joint venture com a Dasa para expandir sua rede hospitalar, fazendo frente à Rede D’Or e à SulAmérica.
Apesar do avanço, BofA ressalta que concorrentes como a Rede D’Or e Hapvida permanecem sólidas.GS mesmo com perdas recentes.
Com relação à Hapvida, a empresa teve a maior perda líquida do setor até fevereiro, com 61 mil vidas perdidas. O Bradesco Saúde e a Central Unimed também enfrentaram quedas.
O BofA questiona a sustentabilidade dos resultados da Amil a médio e longo prazos, dada a pressão das margens e a alta sinistralidade em planos individuais.