Amorim defende relação mínima com Israel e diz que Brasil não deve aceitar novo embaixador
Celso Amorim defende entrada do Brasil na ação da África do Sul contra Israel e critica a ofensiva militar em Gaza. Ele propõe manter relações mínimas com Israel e agir com severidade no acordo de livre comércio.
Celso Amorim, ex-ministro e assessor internacional de Lula, criticou a indicação de um novo embaixador por Israel devido à ofensiva militar na Faixa de Gaza e ao alto número de vítimas palestinas.
Amorim defendeu que o Brasil deva entrar formalmente na ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça, alegando genocídio. Ele também sugeriu manter relações com Israel em níveis mínimos e considerar a suspensão do acordo de livre comércio.
Sobre a cúpula do Brics, Amorim lamentou a ausência de Xi Jinping, mas reconheceu a importância das reuniões passadas. Ele falou sobre a evolução do bloco e a necessidade de adaptação às novas realidades internacionais, enfatizando o papel do Brics no sistema multilateral.
Amorim destacou a diferença entre o povo judeu e o governo Netanyahu, mencionando que as reações de Israel à situação em Gaza são desproporcionais.
O Brasil, que já retirou seu embaixador de Tel Aviv, não pretende aceitar a indicação de um novo embaixador israelense neste momento.
Amorim alertou sobre os riscos de sanções dos EUA caso o Brasil se envolva na ação da África do Sul, mas afirmou que agir dentro da lei internacional é fundamental.
Ele também criticou a política unilateral dos EUA em questões comerciais e de tecnologia, chamando-a de ameaça à ordem mundial atual.
Amorim possui uma longa carreira no Itamaraty e foi chanceler em dois governos, além de atuar em diversas missões internacionais.