Análise | Após Trump, Exército veta empresas submetidas à lei americana em licitação de drones com mísseis
Exclusão de empresas sob regulação americana é parte da estratégia do Exército para garantir autonomia na indústria de defesa. A iniciativa visa fortalecer a economia nacional e reduzir dependência de tecnologias estrangeiras em um contexto geopolítico em transformação.
Exército busca drones sem controle americano
Na Consulta Pública 01/2025, o Exército brasileiro indica que empresas que participaram da concorrência para fornecimento de drones não devem estar sujeitas à ITAR (Regulação Internacional do Tráfico de Armas). Isso visa fortalecer a indústria nacional de Defesa.
A compra dos drones faz parte do programa da Aviação do Exército, com orçamento de R$ 4,9 bilhões. Até 2023, 20% desse valor já havia sido utilizado.
O cenário geopolítico atual, influenciado por Donald Trump, enfatiza a necessidade de autonomia na Defesa. Mudanças semelhantes ocorreram na União Europeia, levando países a rever acordos militares.
O edital da aquisição dos drones, assinado pelo general Marcelo Rocha Lima, prevê que grande parte das peças seja nacional, fomentando a economia e evitando importações.
Os drones devem pesar até 700 kg, alcançar 6 mil metros e ter um alcance de 300 km, carregando armamentos como foguetes e mísseis.
Além disso, o Míssil Tático de Cruzeiro-300 está em desenvolvimento, mas esbarra na recuperação judicial da Avibrás. O Exército aguarda definições sobre o futuro desse projeto.
Em resposta às tensões internacionais, o Exército busca autonomia na Defesa, enquanto Marinha e Força Aérea realizam operações conjuntas, utilizando equipamentos brasileiros. Essa colaboração reforça as capacidades operacionais e o desenvolvimento de laços com países da OTAN.
A autonomia brasileira é um tema discutido desde a década passada, com busca por parcerias estratégicas, especialmente com a França. Analistas lembram a necessidade de independência militar em um mundo em mudança.
A conclusão: o Brasil precisa se preparar para novos desafios geopolíticos, focando em um desenvolvimento autônomo na Defesa.