Análise: Ataque ao Irã é a maior e mais arriscada aposta de Trump na política externa

Trump autoriza bombardeios de instalações nucleares do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interveio militarmente no Irã, em uma ação sem precedentes, unindo-se ao ataque aéreo de Israel. O bombardeio à instalação nuclear de Fordow representa a maior aposta de sua política externa.

Trump afirmou que o Irã deve promover a paz ou enfrentar novas retaliações, o que pode incluir o fechamento do Estreito de Ormuz e ataques a bases militares dos EUA. Isso poderia intensificar um conflito mais prolongado do que o esperado.

Analistas afirmam que o Irã, apesar de estar militarmente enfraquecido, possuí várias formas de retaliação, e que a ação militar dos EUA pode fortalecer sua determinação em desenvolver armas nucleares, mesmo que o programa nuclear sofra um retrocesso temporário.

Após a autorização dos ataques, uma autoridade sênior da Casa Branca informou que a decisão foi tomada quando Trump acreditou haver uma "alta probabilidade de sucesso". Contudo, as reações de Teerã foram imediatas, com a Organização de Energia Atômica do Irã afirmando que não interromperá seu desenvolvimento nuclear.

A liderança iraniana demonstrou resistência a concessões e considera os americanos na região como alvos legítimos. O analista Karim Sadjadpour sugeriu que o recente ataque pode abrir um novo capítulo na guerra de 46 anos entre os EUA e o Irã.

Trump enfrenta resistência no Congresso e da ala anti-intervencionista do movimento MAGA. O envolvimento militar pode gerar consequências não intencionais, testando seu slogan de "paz por meio da força".

“Trump está de volta ao negócio da guerra”, disse Richard Gowan, destacando a improbabilidade do discurso pacificador do presidente ser aceito por líderes internacionais.