Análise: Brasil compõe seleto grupo de 5 países que pode sair vencedor do “tarifaço”

Anúncio de tarifas dos EUA gera reações globais

Após o presidente Donald Trump anunciar tarifas que surpreenderam parceiros comerciais e mercados globais, alguns países estão percebendo oportunidades enquanto enfrentam o risco de uma recessão.

Os aliados tradicionais dos EUA, como União Europeia, Japão e Coreia do Sul, foram os mais afetados, com tarifas superiores a 20%. Em contrapartida, rivais como Brasil, Índia, Turquia e Quênia podem se beneficiar.

O Brasil terá uma tarifa de 10%, podendo também lucrar com tarifas retaliatórias da China sobre os exportadores agrícolas dos EUA.

As novas tarifas entrarão em vigor em 9 de abril. O Brasil, importador líquido de mercadorias, ilustra como alguns países podem lucrar na guerra comercial de Trump, que é focada principalmente na China.

Outros países, como Marrocos, Egito e Singapura, com déficits comerciais, também podem encontrar vantagens em relação a países com superávits, como Bangladesh e Vietnã, que enfrentam tarifas de até 46%.

O ministro do Comércio da Turquia considerou suas tarifas como "as melhores das piores" em comparação a outras nações. O Marrocos pode atrair investimentos devido à sua tarifa de 10% em relação aos parceiros comerciais mais afetados.

Entretanto, economistas alertam para os riscos associados, já que uma recessão dos EUA ou global poderia anular os ganhos, como destacou uma economista de Cingapura, onde houve uma queda de 7,5% em índices locais.

A Índia, apesar de uma tarifa de 26%, está explorando oportunidades quando seus concorrentes enfrentam dificuldades. O Ministério do Comércio indiano revelou estar atento às chances de aumentar sua participação de mercado nos EUA, principalmente nos setores de têxtil e vestuário.