Análise | Governo Lula prepara nova lei antimafia, com foco em facções e cárcere mais duro para criminosos
Governo Lula busca fortalecer a Segurança Pública com propostas de emenda e nova lei antimáfia em resposta à queda de popularidade. Medidas visam um discurso mais robusto para a campanha de 2026, focando no combate ao crime organizado.
Governo Lula propõe novas diretrizes para Segurança Pública
A administração de Luiz Inácio Lula da Silva, pressionada pela inflação e baixa aprovação nas pesquisas, está desenvolvendo duas propostas para a Segurança Pública. O objetivo é apresentar um discurso forte para as eleições de 2026.
A primeira proposta é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que visa:
- Conceder poderes de polícia às Guarda Civis.
- Aumentar as atribuições da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
A segunda proposta é a nova lei antimáfia, chamada de Lei Lincoln Gakiya, que promete:
- Facilitar o sequestro de bens de organizações criminosas.
- Estabelecer regime de cárcere duro para membros de facções.
- Definir claramente o que constitui uma organização mafiosa.
Essas medidas têm o apoio de Mario Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública, e de Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal. Debate-se sobre apresentar as novas medidas como um projeto de lei separado ou como uma reforma na atual lei de organizações criminosas.
Outra proposta em discussão é a criação de uma agência antimáfia, similar à italiana, para unificar ações federais no combate ao crime organizado.
Essa agenda pode oferecer ao governo uma narrativa sobre Segurança Pública no pleito de 2026, que atualmente se encontra em falta. O ex-ministro José Dirceu destacou a necessidade de reformar o sistema penitenciário e as polícias, afirmando que a ação deve ser integrada entre estados e a União.
Dirceu criticou soluções extremas de segurança adotadas por governadores da oposição e enfatizou a importância de uma abordagem mais inteligente e cooperativa. Ele alertou sobre a gravidade do crime organizado, que se espalhou pelo Brasil.
O desafio do PT agora é construir um discurso que aproxime a Segurança Pública de sua base, buscando desconstruir a percepção negativa vinculada a escândalos passados.