Análise | Por que as tentativas de Trump de resolver conflitos globais esbarram na realidade da diplomacia?
Apressado por resultados imediatos, Trump enfrenta desafios complexos em sua política externa. Especialistas alertam que sua abordagem pode comprometer soluções duradouras para conflitos globais.
Donald Trump tem adotado uma abordagem apressada em sua política externa, buscando resolver rapidamente conflitos globais.
Antes de assumir o cargo, ele se vangloriou de um “cessar-fogo ÉPICO” em Gaza e tentou convencê-los de que a guerra na Ucrânia poderia ser resolvida com uma pausa nos combates. Ele também almeja um acordo nuclear com o Irã em apenas dois meses.
Essa pressa, no entanto, levanta preocupações sobre a durabilidade de suas conquistas. O cessar-fogo em Gaza já colapsou e a proposta para a Ucrânia foi rejeitada por Vladimir Putin. Acordos semelhantes com o Irã estão distantes, apesar da pressão forte de Trump.
A crítica destaca que seu estilo de negociação é impulsivo e busca soluções rápidas que não consideram a complexidade das situações. A política externa americana, segundo o ex-negociador Aaron David Miller, não deve ser avaliada em termos de prazos curtos.
Os aliados de Trump, como Stephen K. Bannon, argumentam que sua abordagem visa romper com a "ordem internacional baseada em regras". Eles enxergam seus esforços como metódicos e intencionais.
A urgência em sua política se reflete na maneira como tem lidado com crises como a guerra de Gaza e a invasão da Ucrânia. Ele frequentemente culpa o ex-presidente Joe Biden pela falta de ação.
Críticos, incluindo Clifford D. May, apontam que Trump parece ansioso por superar crises para focar em questões internas, como imigração. Ele enfrenta obstáculos significativos, especialmente com líderes como Putin, que não cederão facilmente.
Embora a urgência tenha seus méritos, muitos especialistas, como Lawrence Freedman, alertam que pode prejudicar soluções duradouras. A falta de uma avaliação séria das situações tende a gerar resultados ineficazes.
Miller finaliza que a busca de Trump por resultados imediatos compromete a política externa a longo prazo.