Análise | Por que o mercado exibe pouco otimismo apesar dos avanços da economia no 1º trimestre
Economia cresce no primeiro trimestre, mas desafios fiscais e inflação persistem. Enquanto setores mostram recuperação, projeções de déficits futuros geram incertezas entre investidores.
Economia Brasileira Avança no Primeiro Trimestre
O primeiro trimestre de 2023 apresenta um crescimento econômico impulsionado por mais empregos e atividade em diversos setores.
A inflação anual está em torno de 5,5%, com contas federais ainda deficitárias, apesar do superávit primário de R$ 54,5 bilhões nos três primeiros meses, o que é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior (R$ 20,2 bilhões).
Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), o governo central deve enfrentar um déficit primário de R$ 64,2 bilhões até dezembro de 2023.
As projeções indicam um rombo fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e R$ 128 bilhões para 2026, próximo de 1% do PIB.
O ministro da Fazenda busca controlar despesas, mas precisa da cooperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prioriza o gasto público como estímulo ao crescimento e inclusão social.
Em termos de atividade econômica:
- A produção industrial aumentou 1,9% no primeiro trimestre e 3,1% em 12 meses;
- O setor de serviços cresceu 2,4% entre janeiro e março e 3% em 12 meses;
- O comércio varejista teve expansão de 1,2% no início do ano e 3,1% em 12 meses;
- O campo prevê uma safra recorde de 328,4 milhões de toneladas, 12,2% maior que no ano anterior.
Apesar dos dados positivos, as previsões de crescimento permanecem modestas e não sustentam otimismo excessivo entre investidores. A mediana das projeções do boletim Focus aponta uma expansão de 2% para o PIB em 2023 e 1,7% em 2026, com inflação projetada em 5,5% para 2025.
As melhorias econômicas ainda não são suficientes para alterar as expectativas do mercado sobre a orientação do governo.