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Análise | Rússia exige quilômetros em negociações com Ucrânia, mesmo avançando centímetros na batalha

Putin reivindica vitória no campo de batalha enquanto pressiona por condições duras nas negociações de paz. A resistência da Ucrânia e o alto custo das operações russas desafiam a narrativa otimista de Moscou.

Vladimir Putin não participou de reuniões na Turquia sobre um cessar-fogo, mas sua mensagem é clara: Rússia está vencendo no campo de batalha.

Em março, Putin afirmou que suas tropas avançavam e sugeriu que estavam próximas de derrotar as forças ucranianas. O presidente russo disse: “Temos motivos para acreditar que estamos prontos para acabar com eles.”

Andrei Kartapolov, da defesa russa, destacou que a Ucrânia deve entender o avanço em 116 direções e que, se não houver diálogo, enfrentarão “a língua das baionetas russas”.

Enquanto isso, Zelenski desafiou Putin a comparecer às negociações, aumentando a pressão.

A posição russa representa um desafio para o governo Trump, que observa exigências que não refletem a realidade do campo de batalha. Apesar de conquistas recentes, as forças russas enfrentam altos custos, com mais de 400 mil soldados mortos ou feridos em um ano e meio de conflito.

Putin requer que a Ucrânia aceite limitações severas a suas Forças Armadas e a totalidade das regiões que a Rússia afirma ter anexado. O vice-presidente JD Vance criticou a ideia de receber terras não conquistadas.

A Rússia busca avanços e pode contar com a possibilidade de um desgaste das forças ucranianas, que são significativamente mais numerosas. Putin acredita que o apoio dos EUA à Ucrânia está diminuindo.

Apesar das novas ameaças de sanções do Ocidente, Putin não parece preocupado. A União Europeia está avançando em sanções adicionais, mas Trump ainda não implementou nenhuma.

A pesquisadora Tatiana Stanovaia acredita que Putin espera um colapso das linhas ucranianas, levando a um acordo com Zelenski. As propostas de Putin para negociações visam, na realidade, manter Trump engajado.

Stanovaia prevê que os próximos encontros serão apenas um espetáculo, com reais condições para um acordo de paz ainda ausentes.

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