Analistas destacam balanço 'sujo' do BB e desafios à frente; ações derretem
Balanço do Banco do Brasil revela desafios com aumento da inadimplência e custo de funding. Ações despencam após divulgação de resultados e revisões de expectativas pelos analistas.
Análise do Balanço do Banco do Brasil no 1º trimestre revela um panorama complicado. O balanço é considerado “sujo” devido aos efeitos da resolução 4966 do Banco Central, dificultando comparações históricas.
Os principais desafios incluem:
- Deterioração na inadimplência, especialmente no agro;
- Aumento no custo de funding.
Como resultado, as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) abriram em forte queda, perdendo 12,41%, cotadas a R$ 25,75. O índice Ibovespa cedia 0,64%, aos 138.442 pontos, com a desvalorização das ações do BB contribuindo para quase metade das perdas do índice nesta sexta-feira.
O Goldman Sachs sinaliza uma reação negativa do mercado, citando:
- Revisão do guidance para margem financeira e provisões;
- Preocupa-se com a qualidade dos ativos no setor rural;
- Questões sobre como reconstruir a margem antes da possível queda dos juros.
Similarmente, o Citi destaca a deterioração em outras linhas e a incerteza do cenário futuro. Para eles, estar “em revisão” indica um futuro nebuloso para a instituição.
Analistas do Safra informam que o vice-presidente financeiro do BB, Geovanne Tobias, comentou sobre o aumento do custo de funding e a interrupção do reconhecimento de juros devido à mudança na resolução. A deterioração no agro está em estágio 3, exigindo pagamentos imediatos, e ainda há incertezas sobre o segundo trimestre.
Por fim, a Suno aponta que, embora a receita de juros esteja crescendo, o aumento no custo de captação está comprimindo a margem financeira, reduzindo a rentabilidade do crédito. As tarifas permanecem pressionadas, e o crescimento em seguros e previdência está abaixo da inflação.