Anistia tem aval de ao menos um terço da Câmara, mas apoio cai ao incluir Bolsonaro; veja cada voto
Um levantamento revela que 171 dos 513 deputados apoiam a anistia aos presos do 8 de Janeiro, possibilitando a urgência da proposta. A votação dependerá de um delicado equilíbrio de forças entre os partidos e das posições divergentes dentro da própria Câmara.
Brasília – Pelo menos um terço (171) dos 513 deputados da Câmara apoia a anistia aos presos do 8 de Janeiro, segundo o Placar da Anistia do Estadão. Este número permite a apresentação de urgência do projeto de lei no plenário, que está a 86 votos de atingir a maioria absoluta.
Para votar, são necessários pelo menos 257 deputados na sessão. 378 parlamentares (74%) responderam se são a favor ou contra a anistia. O levantamento é dinâmico e será atualizado.
O tema ganhou força no Congresso com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que defende a anistia para os presos. O projeto 2.858/2022, de Major Vitor Hugo (PL-GO), é o mais avançado, propondo "perdão" aos envolvidos na invasão em Brasília.
A tramitação do projeto foi atrasada após ser retirado da CCJ em outubro do ano passado. Juristas criticaram a abrangência do texto.
Entre os deputados, há divisão: a maioria (171) é favorável à anistia, 115 são contra e 92 não se posicionaram. Há discussões acaloradas, com a maioria dos contrários buscando penas mais severas.
Exceções existem, como o casal de deputados do Republicanos, onde um é a favor e outro contra a anistia. O União Brasil tem 22 deputados a favor, enquanto no PL, sete preferiram não se posicionar.
A discussão sobre a anistia continua, assim como os julgamentos no STF. A maioria dos petistas considera a anistia um incentivo à impunidade.
Dos deputados que responderam, 104 querem anistia total, 45 defendem redução de pena e 117 se opõem a qualquer perdão. Os dados podem ser filtrados por nome, partido e Estado, e o público pode contatar os deputados para expressar suas opiniões.