Ano começa com 'perda de ímpeto' da atividade e 'tímido' para o consumo, dizem economistas
Dados de janeiro revelam uma desaceleração na economia brasileira, com o PIB do quarto trimestre de 2024 surpreendendo negativamente. Apesar de uma alta pontual no varejo ampliado, os setores de serviços e indústria indicam uma tendência de arrefecimento econômico.
Dados setoriais de janeiro confirmam a desaceleração da economia brasileira no início de 2025, após PIB decepcionante no quarto trimestre de 2024.
O IBGE reportou que:
- Serviços caíram 0,2% em janeiro.
- Varejo restrito recuou 0,1%, abaixo da expectativa de alta de 0,3%.
- Indústria estagnou, após três quedas, com resultado de -0,4% ante expectativa de +0,4%.
A Genial Investimentos aponta que a combinação de menor impulso fiscal, inflacão, e risco fiscal contribui para a desaceleração. No entanto, o varejo ampliado surpreendeu ao crescer 2,3%, superando a expectativa de 1,6%, embora a alta seja considerada pontual.
O economista Rodolpho Tobler observa que "os primeiros sinais de desaceleração" já são visíveis, em decorrência do aumento de juros. A equipe do Bradesco indica um "começo de ano tímido para o consumo" após queda de 1% no consumo das famílias.
Embora o crescimento do varejo tenha sido um alívio, o volume de vendas acumula queda de 0,7% nos últimos três meses. O economista Luis Otávio Leal alerta que o encarecimento do crédito pode impactar negativamente o setor.
A Genial e a XP projetam um cenário de crescimento moderado, com expectativa de 1,2% de alta no PIB do primeiro trimestre de 2024, sustentado pela agropecuária. A renda real das famílias deve crescer 2,5%, mas com desaceleração do consumo ao longo do ano.
O ABC Brasil também aponta que o desempenho do varejo, aliado à "herança estatística", é compatível com crescimento de 0,5% do PIB no período. A maioria dos setores cíclicos tende a variações em torno de zero.