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'Antiamericanismo'? Imagem dos EUA piorou para um a cada três brasileiros após tarifaço de Trump, diz pesquisa

A pesquisa revela o impacto negativo do tarifaço sobre a imagem dos Estados Unidos no Brasil, refletindo uma polarização política acentuada. Enquanto muitos brasileiros consideram a situação uma questão política, a maioria defende a diversificação das parcerias comerciais.

A imagem dos Estados Unidos entre os brasileiros caiu para 38% após o anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, conforme pesquisa Ipsos-Ipec.

Antes do tarifaço, 48% dos entrevistados tinham visão boa ou ótima dos EUA. Após a medida, 33% mudaram essa percepção para pior, enquanto 51% mantiveram a mesma visão e apenas 6% relataram melhora.

A pesquisa foi realizada entre 1 e 5 de agosto de 2025, antes das tarifas entrarem em vigor em 6 de agosto. Foram entrevistados 2 mil brasileiros com margem de erro de 2 pontos percentuais.

75% dos brasileiros acreditam que o tarifaço é uma medida política, enquanto apenas 12% o veem como uma decisão comercial. As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros foram anunciadas como retaliação a um processo contra Jair Bolsonaro.

O governo americano isentou quase 700 produtos brasileiros, mas mais de 3,8 mil itens foram taxados.

A opinião sobre a reação do Brasil ao tarifaço é dividida. 47% discordam da ideia de distanciar-se dos EUA, e 46% concordam. A ideia de aplicar tarifas sobre produtos americanos também gera divisão: 61% dos eleitores de Lula apoiam a retaliação, enquanto 56% dos eleitores de Bolsonaro são contra.

A maioria, 68%, apoia diversificar parcerias comerciais, priorizando acordos com China e UE.

Quanto a ações diante do tarifaço, 39% priorizariam produtos nacionais, 22% deixariam de comprar produtos americanos e 9% apoiariam políticos a buscar acordos com outros países. Apenas 5% consideram cancelar ou remanejar viagens para os EUA.

Márcia Cavallari, diretora de Ipsos-Ipec, destaca que a pesquisa reflete a polarização política atual do Brasil, onde a política externa se tornou um campo de batalha ideológico.

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