Anvisa diz que farmácias fazem propaganda irregular do Mounjaro
Anvisa identifica infrações em grandes redes de farmácia por propagandas do Mounjaro. A agência alerta sobre a proibição de publicidade para medicamentos de tarja vermelha, que necessitam de prescrição médica.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) identificou infrações de grandes redes de farmácia no Brasil pela divulgação do medicamento Mounjaro em redes sociais e aplicativos de mensagens.
O remédio, destinado ao tratamento de diabetes tipo 2 e à perda de peso, foi lançado com tarja vermelha, que exige prescrição médica. A legislação proíbe publicidade para medicamentos dessa categoria.
Redes como Drogasil e Droga Raia publicaram vídeos promocionais, enquanto Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco divulgaram o produto por WhatsApp, considerados como propaganda irregular pela Anvisa.
A Anvisa afirma que medicamentos não devem ser tratados como bens de consumo, sujeitando-se a normas específicas. Apenas remédios isentos de prescrição podem ser anunciados publicamente.
Medicamentos com tarja só podem ser divulgados a profissionais habilitados, como médicos, dentistas e farmacêuticos. “Mensagens sobre o produto configuram estímulo ao uso indiscriminado”, declarou Diana Garcia Nunes, da Anvisa.
A Anvisa está avaliando sanções contra as farmácias, que podem incluir multas, interdição temporária ou cassação do alvará.
Medicamentos como Ozempic e Saxenda têm ganhado popularidade pelo uso “off label” para emagrecimento. O uso do Mounjaro para controle de peso está em análise.
Em 16 de abril, a Anvisa tornou obrigatória a retenção de receita médica na venda de canetas emagrecedoras, alterando a RDC nº 471/2021 e a IN nº 244/2023, que entrará em vigor em 60 dias.
O princípio ativo do Mounjaro é a tirzepatida, que age sobre hormônios de saciedade e controle da glicose. A aplicação é subcutânea, uma vez por semana, e pode causar efeitos colaterais como hipoglicemia, náuseas e desconfortos gastrointestinais.