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Anvisa empurra a regulação do cultivo de cannabis para a Agricultura

Anvisa propõe regulamentação restritiva para cultivo de cannabis no Brasil, transferindo responsabilidades para o Ministério da Agricultura. A minuta gera controvérsias e poderá limitar a participação de pequenos produtores e pesquisas no setor.

Em 13 de maio de 2025, a Anvisa divulgou uma minuta para o cultivo de cannabis no Brasil, em resposta ao STJ, gerando mais dúvidas do que soluções claras.

A responsabilidade pela definição dos critérios de cultivo foi transferida ao Mapa, o que pode agilizar o processo mas também limita o debate necessário sobre a multiplicidade do tema.

A Anvisa foi criticada por não consultar o Mapa antes da divulgação, o que pode criar dificuldades na implementação das diretrizes propostas, que são superficiais e restritivas.

A regulamentação da Anvisa abrange apenas o uso medicinal da cannabis e requer autorização exclusiva de pessoas jurídicas, excluindo cultivo para pesquisa e pequenas produções.

A pesquisadora Beatriz Emygdio destacou que a proposta pode permitir uma cadeia aberta para produção de insumos, mas considera negativa a exclusão da possibilidade de produção de sementes e mudas no mercado interno.

Outro ponto relevante é a retirada do cânhamo da lista de substâncias proibidas, embora a Anvisa defina cânhamo como cannabis com menos de 0,3% de THC, um limite questionável para as condições do Brasil.

Experts alertam que a imposição desse limite pode inviabilizar o cultivo a céu aberto no país, onde a exposição solar tende a aumentar os níveis de THC, tornando as estufas a única alternativa, mas operacionalmente cara e insustentável.

A proposta aprofunda a dependência da indústria farmacêutica e não atende plenamente às expectativas do setor. Resta a esperança de que o processo evolua com base nas contribuições do Mapa e com a nota técnica que está por vir.

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