Aos 100, Rubem Fonseca precisa ser libertado da camisa de força do brutalismo

Centenário de Rubem Fonseca: No dia 11 de maio, Rubem Fonseca, um dos renovadores da literatura brasileira, completaria 100 anos. A celebração inclui dois lançamentos: "Todos os Contos + 2 inéditos" e uma fotobiografia por Bia Corrêa do Lago.

Detalhes dos Lançamentos:

• O livro de contos terá 2.096 páginas e será vendido exclusivamente pela Amazon a partir de 9 de junho. Preço: R$ 399.
• A fotobiografia será lançada em novembro pela Editora Capivara.

Sobre os Contos Inéditos: Encontrados por sua filha em seu apartamento no Leblon, os textos foram escritos em 1948, quando ele tinha 22/23 anos. Um relata a angústia de um velho no Natal e o outro a confusão de um escritor entre realidade e fantasia.

Legado Literário: Fonseca estreou em 1963 com "Os Prisioneiros", uma obra aclamada pela crítica, caracterizada como vibrante e inquieta. O crítico Wilson Martins reconheceu o autor como um renovador do conto, prevendo sua conexão com a explosão da violência social.

As obras de Fonseca apresentam personagens sem esperança política, refletindo a realidade de violência em suas narrativas, muitas vezes comparadas ao estilo brutalista.

Influencia e Censura: Seu trabalho enunciou a violência anterior à ditadura brasileira. O conto "Feliz Ano Novo" foi censurado por sua crítica à moral e aos bons costumes. Apesar disso, Fonseca se distanciou de ideologias políticas, afirmando não apoiar a ruptura constitucional.

A complexidade da obra: Críticos destacam que seu estilo vai além do brutalismo, incorporando elementos de experimentalismo e niilismo. Silviano Santiago dividiu sua carreira em três fases distintas, refletindo a evolução de Fonseca como autor.

Conclusão: Rubem Fonseca merece ser lembrado aos 100 anos como um autor complexo, além da simplificação de sua obra como meramente brutalista.