Apesar da pressão de Trump, Fed mantém tom duro e mercado foca em projeção de cortes de juros
Fed mantém juros inalterados e adota tom mais restritivo, ignorando pressão de Trump. Mercado ajusta expectativas com projeções de cortes de juros postergados para 2026.
Pressão de Donald Trump sobre o Federal Reserve (Fed) não influenciou decisão de manter os juros inalterados em 4,25% a 4,50%.
O Fed adotou um tom restritivo em contraponto à demanda de Trump por flexibilização monetária. O mercado agora se volta para a redução de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros este ano, conforme o gráfico de pontos ("dot plot").
A decisão atual, divulgada na quarta-feira, trouxe poucas surpresas. O comunicado do Fed e a conferência de imprensa de Jerome Powell mostraram uma continuidade no vocabulário, evidenciada pela estabilidade em Wall Street.
O Sumário de Previsões Econômicas (SEP) indica menos cortes de juros para 2026 e 2027 em comparação com março. Os dirigentes do Fed preveem uma política monetária restritiva até 2027, devido a um crescimento mais fraco e inflação mais alta.
As projeções da Morgan Stanley são semelhantes, mas divergem quanto aos juros. Eles preveem inflação levemente mais alta e desemprego mais baixo, com cortes adiados para 2026.
O gráfico de pontos revela uma divisão entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Dez membros apoiam cortes de 0,50 a 0,75 ponto até 2025, enquanto sete preferem manter os juros constantes este ano.
O Oxford Economics não vê o gráfico de pontos como um risco para o próximo corte de juros, esperado para dezembro. Eles destacam que a incerteza econômica nos EUA continua elevada.
A consultoria acredita que, apesar da ausência de mudanças significativas no SEP, os riscos agora se inclinam para um corte maior e não mais breve do que o previamente imaginado.