Apoio de Trump a Bolsonaro pode fazer americanos pagarem mais por hambúrguer, diz The Economist
A revista The Economist destaca como as ações de Trump em relação ao Brasil podem impactar os consumidores americanos, especialmente no preço de produtos como o hambúrguer. O artigo analisa as contradições na política externa de Trump e sua abordagem seletiva em relação a questões de direitos humanos.
A revista The Economist publicou um artigo em 7/8 analisando a postura do ex-presidente Donald Trump em relação ao Brasil, alertando sobre possíveis impactos financeiros nos consumidores americanos, incluindo o preço do hambúrguer.
No texto, intitulado "Até que ponto bater no Brasil é colocar EUA em primeiro lugar?", a revista aponta uma série de contradições nas justificativas de Trump para tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
A Economist destaca que, apesar do foco de Trump nos déficits comerciais, os Estados Unidos têm superávit com o Brasil há mais de dez anos. A publicação menciona que, se os americanos pagarem mais por hambúrgueres visando proteger um aliado de Trump, isso gera questionamentos sobre o verdadeiro significado de "Estados Unidos em primeiro lugar".
O artigo também critica Trump por ignorar uma nova diretriz do secretário de Estado, Marco Rubio, que priorizava a promoção da democracia. Trump, em contrariedade, publicou uma carta de apoio a Bolsonaro no mesmo dia em que Rubio anunciara mudanças em sua postura diplomática.
Trump, que vê Bolsonaro como um "homem de força", também fez críticas ao governo brasileiro e impôs uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, alegando o processo contra Bolsonaro.
Além disso, a revista menciona que a política externa de Trump é complexa, pois ele se posiciona como nacionalista e globalista ao mesmo tempo, apresentando ações intervencionistas enquanto exalta a soberania nacional.
A expressão "America First" gera confusão, e a revista observa que, apesar de seu discurso isolacionista, Trump continua a acreditar na diplomacia e em ações militares, mantendo uma liderança americana flexível.
Internamente, ele utiliza argumentos de direitos estaduais e também age de forma autoritária, recorrendo à Guarda Nacional quando necessário. Ao ser questionado sobre incoerências em seu apoio a Israel, Trump respondeu: "Eu decido o que significa 'America First' — eu criei o termo".