Apoio de Trump se tornou ônus político para aliados estrangeiros
Medida dos EUA gera tensão diplomática com o Brasil, enquanto Lula busca consolidar sua narrativa de soberania. Especialistas divergem sobre o impacto da tarifa nas relações bilaterais e no cenário eleitoral brasileiro.
Brasil é alvo de tarifa de 50% dos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Trump em carta a Lula em 9 de agosto, criticando o julgamento de Jair Bolsonaro.
A revisão de políticos apoiados por Trump globalmente não anima Bolsonaro, devido ao desempenho fraco de aliados ao redor do mundo, incluindo Europa e Austrália.
Na Romênia, George Simion (pró-Trump) teve baixa no segundo turno das eleições, uma tendência também observada na Austrália, onde Peter Dutton não conseguiu vencer. O primeiro-ministro Anthony Albanese defendeu valores australianos ao vencer.
No Canadá, o Partido Liberal de Justin Trudeau viu uma recuperação significativa de apoio, contrastando com o estilo errático de Trump. Em abril, a popularidade do partido subiu após declarações de Trump sobre anexar o Canadá.
Claudia Sheinbaum, do México, ganhou projeção internacional ao enfrentar Trump, cujo governo é altamente rejeitado pelos mexicanos. 91% dos mexicanos não confiam na liderança de Trump.
No Brasil, 61% da população não confia em Trump. Especialistas alertam que é cedo para prever se a tarifa irá causar um sentimento antiamericano que beneficie Lula.
Lula afirmou que o Brasil é soberano e que o processo judicial é competência da Justiça Brasileira, enquanto Bolsonaro ignorou a medida e a acusou de perseguição.
Oposição acredita que a medida revela falhas na política externa de Bolsonaro. A professora Denilde Holzhacker analisa que isso pode favorecer Lula. Carlos Gustavo Poggio, especialista em relações internacionais, argumenta que o impacto das tarifas é incerto e a eleição de 2024 dependerá da economia.