Após fala de Alckmin, Haddad defende metodologia da inflação
Haddad reforça a validade da metodologia do IBGE e do Banco Central para a medição da inflação, em resposta às declarações de Alckmin sobre desconsiderar alimentos e energia. O ministro destaca que a análise já considera efeitos sazonais, enquanto a Selic é ajustada para controlar a inflação em um cenário econômico desafiador.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a metodologia do IBGE e do Banco Central para medir a inflação nesta 5ª feira (27.mar.2025).
A fala se deu após o vice-presidente Geraldo Alckmin sugerir que alimentos e energia deveriam ser desconsiderados ao calcular a taxa básica de juros.
Haddad afirmou que o Banco Central já incorpora “os efeitos sazonais” e que a análise dos núcleos de inflação reflete a sugestão de Alckmin.
O objetivo da taxa Selic é controlar a inflação, que está atualmente em 14,25% ao ano e 5,06% acumulada em 12 meses até fevereiro, acima da meta de 4,5%.
Alckmin. considerou desconsiderar esses itens como uma “medida inteligente” para a redução da inflação, destacando que os juros não influenciam os preços dos alimentos.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que excluir alimentos e energia do IPCA “não dialoga” com o trabalho da autoridade monetária e afirmou estar “bastante satisfeito” com as regras atuais.
Galípolo também apontou que a projeção para o crescimento do PIB foi reduzida de 2,1% para 1,9% para 2025.
A ata da última reunião do Copom indicou que a desaceleração econômica é “elemento necessário” para atingir a meta de inflação de 3%.