Após fugir de Maduro e de Trump, venezuelanos buscam refúgio na Espanha

Policial venezuelano Alberto Peña e sua família, após uma arriscada jornada pela selva de Darién Gap, tentaram encontrar refúgio nos EUA, mas foram obrigados a se mudar para a Espanha devido à política de Donald Trump que acabou com o status de proteção temporária para venezuelanos.

Peña, atualmente em Madri, declarou: "Migrar duas vezes é difícil, tanto para nós mesmos quanto para nossos filhos". Ele faz parte de um número crescente de venezuelanos que migraram para a Europa, com os venezuelanos tornando-se o maior grupo a solicitar asilo na União Europeia no primeiro trimestre de 2025.

A Espanha, com uma política de imigração mais flexível e laços culturais, se tornou uma alternativa para muitos dos 1 milhão de venezuelanos que vivem nos EUA e temem deportações. Tomás Paez, do Observatório da Diáspora Venezuelana, destaca que a Espanha compartilha o idioma e valores culturais.

ONGs espanholas notaram o aumento de venezuelanos buscando orientação para se mudar. Jesús Alemán, da ONG Talento 58, afirmou que três de cada dez consultas são de venezuelanos vivendo nos EUA.

Um exemplo é Meliana Bruguera, que deixou seu emprego de professora nos EUA após o cancelamento de seu visto humanitário. Em Madri, ela desabafou: "Isso é desumano. Por que eles estão me expulsando dos Estados Unidos também?"

Dados mostram que 59% dos 77.251 pedidos de asilo recebidos na Espanha no primeiro semestre de 2025 foram de venezuelanos, um aumento em relação a 38% um ano antes. Além disso, muitos venezuelanos estão solicitando residência através de passaportes da UE obtidos por vínculos familiares.

Até 27 de julho, 52.943 venezuelanos solicitaram asilo na UE, conforme relatório da Comissão Europeia.