Após fugir de Maduro e de Trump, venezuelanos buscam refúgio na Espanha
A migração de venezuelanos para a Espanha tem crescido devido à insegurança provocada pela política de imigração dos Estados Unidos. Com um número recorde de pedidos de asilo na União Europeia, muitos buscam um novo lar longe do regime de Maduro e da ameaça de deportação.
Após sobreviver à jornada pela selva de Darién Gap no Panamá, o policial venezuelano Alberto Peña e sua família mudaram-se para os EUA, buscando refúgio contra a perseguição no seu país.
Dois anos depois, a decisão do presidente Donald Trump de acabar com o status de proteção temporária forçou a família a se mudar para a Espanha.
Peña comentou: "Migrar duas vezes é difícil, tanto para nós quanto para nossos filhos", mas ressaltou que a paz de espírito não tem preço.
Venezuelanos agora são os maiores solicitantes de asilo na União Europeia, superando sírios devido à diminuição das chegadas pelo Mediterrâneo. A Alemanha recebeu menos sírios desde a queda de Bashar al-Assad.
Historicamente, os EUA eram refúgio para venezuelanos fugindo do governo de Nicolás Maduro. Entretanto, com a administração Trump, muitos agora são tratados como criminosos, forçando a migração à Europa.
A Espanha, com política de imigração mais flexível e laços culturais, tem se tornado a alternativa para muitos dos 1 milhão de venezuelanos temerosos de deportação nos EUA, segundo Tomás Paez, do Observatório da Diáspora Venezuelana.
ONGs espanholas, como a Talento 58, notaram um aumento no número de consultas de venezuelanos, com três em cada dez buscando orientações sobre imigração.
Um exemplo é Meliana Bruguera, que ao enfrentar a possibilidade de deportação, decidiu deixar seu emprego nos EUA e migrar para a Espanha. Ela relatou: "Isso é desumano. Por que eles estão me expulsando também?”
Dados de pedidos de asilo mostram que cerca de 59% dos 77.251 pedidos recebidos em 2025 foram de venezuelanos, aumento significativo em relação a 38% do ano anterior. A Comissão Europeia registrou 52.943 pedidos de asilo por venezuelanos até julho deste ano.