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Após lucro recorde, operadoras sofrem pressão por reajuste

Prestadores de serviços de saúde pressionam por melhores condições após lucro expressivo das operadoras de planos. Mesmo com crescimento no setor, a retenção de pagamentos e os reajustes elevados ainda geram insatisfações.

Operadoras de planos de saúde reportam lucro operacional de R$ 4,5 bilhões no primeiro trimestre de 2024, superando o total de R$ 4,3 bilhões de 2023. Durante esse período, hospitais, farmacêuticas e empresas contratantes pressionam por melhores reajustes.

Entre 2021 e 2023, as operadoras acumularam prejuízos de R$ 15 bilhões, levando a cortes nas margens dos prestadores de serviços. Reajustes de 25% foram aplicados em planos corporativos, quatro vezes a inflação.

Antônio Britto da Anahp destaca a necessidade de melhores políticas de pagamento. Em 2024, o tempo médio para recebimento de pagamentos pelos hospitais é de 70 dias.

A retenção de pagamentos, ou glosas, aumentou: R$ 5,8 bilhões segurados em 2024, levando à crítica sobre a assimetria de interesses entre operadoras e prestadores. Rafael Freixo, da consultoria L.E.K., aponta desigualdades no setor, afetando farmácias e distribuidoras.

Distribuidoras relatam dificuldades financeiras devido a atrasos e procedimentos não faturados. A FenaSaúde defende as glosas como necessárias para gestão de custos.

A OAB-SP expressou preocupação com o descumprimento de decisões judiciais por operadoras. A Abramge esclarece que a judicialização aumenta custos, impactando reajustes. Em 2024, os gastos judiciais cresceram de 0,65% para 1,45% das despesas médicas.

No primeiro trimestre, o setor teve receita de R$ 91 bilhões, alta de 9,6%. O lucro operacional subiu de R$ 1,8 bilhões para R$ 4,4 bilhões em comparação anual. A taxa de sinistralidade caiu para 79,2%.

Reajustes para pequenas e médias empresas variaram entre 10% e 15%, inferiores aos 15% de 2024. Marcelo Borges, da Mercer Marsh, enfatiza a dificuldade das negociações.

Raquel Marimon, consultora de saúde, prevê que prestadores busquem melhores condições, mas dependentes dos gastos dos convênios. A Abramge alerta sobre a sustentabilidade da saúde suplementar se prejuízos persistirem.

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