Após reunião com países europeus, Irã reafirma interesse em negociar programa nuclear com os EUA
Irã se mostra aberto a negociações nucleares com os EUA, mas reafirma direitos diante de ameaças. Tensão persiste com o enriquecimento de urânio além dos limites acordados em 2015.
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou neste sábado que o país está disposto a continuar negociações com os EUA sobre o programa nuclear, mas não abandonará seus direitos ante ameaças do presidente Donald Trump.
Pezeshkian declarou: "Não tememos nenhuma ameaça" e ressaltou que não abrirão mão de honrarias militares, científicas e nucleares.
As negociações, que atingiram um nível "especializado", ainda enfrentam obstáculos, especialmente em relação ao enriquecimento de urânio.
Após a quarta rodada de negociações em Omã, os EUA e o Irã buscam desacelerar as ambições nucleares de Teerã, com Trump ameaçando ataques aéreos se um acordo não for alcançado.
Pintando um quadro tenso, o Irã pode estimular seu programa para fabricar armas nucleares com seu estoque de urânio.
A administração Trump, segundo informações do site Axios, teria apresentado uma "proposta por escrito", mas o Irã refutou tal alegação.
Israel também manifesta que pode atacar as instalações nucleares do Irã, aumentando as tensões no Oriente Médio, especialmente com a guerra entre Israel e Hamas.
No cenário diplomático, o Irã se reuniu com representantes da Alemanha, França e Reino Unido para discutir as negociações com os EUA. Esses países, junto com China e Rússia, já tinham assinado um acordo de 2015, agora ameaçado pelo retorno das sanções americanas.
Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, bem acima do limite de 3,67%. A fabricação de armas nucleares requer níveis de 90%.
O presidente Trump reiterou que o Irã deve agir rapidamente ou enfrentar consequências, enquanto um conselheiro do guia supremo brasileiro expressou compromissos a respeito do programa nuclear em troca do fim das sanções.