Após revés eleitoral, primeiro-ministro da Polônia se submete a voto de confiança no dia 11
Donald Tusk enfrenta um voto de confiança em meio a uma coalizão fragilizada e crescentes preocupações sobre o impacto do novo governo conservador na Polônia. A manobra surge após a derrota do candidato liberal nas eleições presidenciais, gerando incertezas para o futuro político do premiê.
Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia, enfrentará um voto de confiança na quarta-feira (11), após a vitória de Karol Nawrocki sobre seu candidato, Rafal Trazkowski, nas eleições presidenciais.
Tusk, que retornou ao poder em 2023, lidera uma coalizão frágil no Parlamento, composta por forças liberais, de centro e esquerda. Ele declarou: "Esta votação não é um esforço para continuar o que vínhamos fazendo antes, porque sabemos que algumas coisas podem ser feitas melhor e mais rapidamente".
Nawrocki, recém-eleito pelo PiS, partido conservador, tem atrapalhado as tentativas de Tusk de reverter os retrocessos democráticos ocorridos nos últimos oito anos. A Presidência polonesa possui poderes significativos de propor e vetar legislações.
A agenda de Tusk foi ajustada para abordar questões conservadoras, especialmente imigração, em um contexto em que a Polônia é rota de migração ilegal, exacerbada pela guerra na Ucrânia.
Pesquisas indicam que apenas 32% dos poloneses apoiam o governo atual, gerando descontentamento nas partes mais à esquerda da coalizão. Apesar do clima de impopularidade, viajar contra Tusk pode ser arriscado para partidos menores devido à cláusula de barreira de 5%.
As próximas eleições parlamentares estão marcadas para 2027, mas eleições antecipadas podem favorecer o novo presidente, especialmente se o PiS se unir à Confederação, partido de extrema direita.
As repercussões da derrota de Trazkowski também preocupam líderes europeus, que veem um risco crescente de polarização e populismo na Polônia, similar ao contexto que permeia a Europa atualmente.
Recentemente, a situação na Europa se agravou, como demonstrado pela queda do governo holandês após a saída de Geert Wilders, da extrema direita, da coalizão no poder, intensificando o debate sobre imigração.